Causa e efeito
A porta aberta. Entrei, tímido e pasmo.
Qual era a matéria?... Química, física?... Geografia!
Facho de luz,bálsamo espasmódico do fim do orgasmo,
Que a noite dera ao dia.
Entrei. Mas antes, houve toda aquela história: o transe diante da porta,
_que pressentimento! _ sensação de vida, de morte...de sorte...
e a nítida impressão de já tê-la visto; de onde?... Não importa.
Talvez do meu próprio pensamento.
Ainda antes, lá fora? Ah!_ a outra história?_ É pré-história, é passado.
Quero tirar da memória, deixar de lado.
Só sei que atravessei a rua, nas mãos abertas um livro, também aberto _ Lendas e poesia _ qual a página da vida do mundo em que vivo.
Nunca atravessei no farol vermelho,
Sempre respeitei os sinais de alerta
Mas sempre me detive ás portas
Por esperá-las, sempre, totalmente abertas.
E onde se pode chegar assim?
A vida passa
Lenta, lenta...
Monótona doente e sem graça,
E quando se percebe
Não tem jeito
Não há remédio
Só tédio
Nada dá jeito,
Nem droga nem cachaça
_ Se no calabouço do leito
Só há fantasmas algozes que nos tortura
Nada consegue arrancar do peito
As algemas negras da amargura.
Ainda antes? Não; já Basta.
Enquanto lembro o tempo passa
E logo chegará dezembro.
Sabe , o que mais me angustia? É saber que em breve, logo após a formatura e toda euforia,
Nos apartaremos
Quem sabe até quando
E se um dia novamente nos veremos?
Então, eu subi as escadas
Lendo, lento, indiferente,
Indiferente à matéria,
A lendas ou poesia;
Nem aí, mesmo para comigo
Ou a luz do dia
Mas ao vê-la..
Ah!.. _o sol lambia-lhe o rosto. Vi que o sol a outro sol se unia
E a auréola que a envolve o corpo
Cedendo-se ia à aura do dia
Combinavam bilhões de cores
Na mais fantástica orgia.
Foi assim, o primeiro instante em que a vi.
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