Havia uma árvore no meio do caminho.
No meio do caminho havia uma árvore e um caminho.
No meio da árvore havia um caminho...
No meio do caminho, um abrigo.
A árvore continua lá
O que não existe mais é o caminho.
A folhagem pela manhã é bela
E fica perfumada
E perfuma o caminho que já não é mais caminho.
E fica perfumada pela imaculada fotossíntese.
O ar em tese, e a forma em síntese,
“Clorofila” esfera e esfinge.
E pássaros migratórios que nela pousam fartam-se
Da metamorfose de sua seiva
Embriagam-se do perfume que perfuma o caminho.
Há árvore ainda lá,
Porque não existe caminho,
Fechou-se com o tempo;
Fechou-se para o tempo
Já não vive nenhuma estação
Fechou-se solidão.
E até os pássaros procuram caminho.
Vale-nos o conselho:
O sol se nos nomeia guia
Caminho e protetor
E árvore;
Árvore do meio do caminho.
E o dia, de manhã, é presença de espírito
E árvore, e caminho do caminho.
A árvore copada
Às vezes florida
Às vezes escapelada;
Às vezes umbrosa e fresca
_ pura clorofila _
Outras vezes sombria.
Fria e horripilante é caminho.
A árvore continua lá
O que se se desfez é o caminho
E o sol determina o dia
E do que se perdeu do caminho...
Destino.
Ah! Essa árvore sobrevivente
Há essa árvore sobrevivente pelo caminho
De secas
De cercas
Aos cuidados de outrem,
A saber, como está e estará,
A estrada sem caminho
As curvas sem ninho
E pássaros sem pouso pelo caminho.
Como estará, ao entardecer, ilusório caminho?...
Se me recuso abraçar-me ao tronco
Acorrentar-me ao caminho
Crucificado a tal ponto
De tornar-me perfume e espinho.
E flores de primaveras perdem-se no caminho...
Expor-me sobre hastes
A sombras vazias?...
E gozar suas delícias
O fruto sem sabor
Às bordas do caminho?!...
Hoje é árvore à beira do caminho
Árvore e caminho.
Breve será tão somente toco ou espinho.
Será árvore, eterno caminho,
Se hoje sou lenhador
Foice e fogo
Vento ceifeiro
De flores e espinhos?
Estou doente;
Perdi minha auto-estima.
Estou mal-humorado com L
Já tenho, há muito, ultrapassado o mau com U
Próximo do dia D
No fim dessa opressiva distimia.
Hoje odeio risos
É-me, de mau gosto a alegria.
Não vejo sentido em nenhuma harmonia.
Nessa total desarmonia que é vida e viver
Nesse caminho sem ida
Nesse dia sem dia,
Nesse querer ser e ter sem poder...
Desprezo risos.
O meu
Alheio
Sem sol _ que amo tanto _,
Sem vida
Sem caminho.
Á mim, já esperança é, ser eu;
Sozinho.
Eu sem mim, por hoje, já basta;
Ao mundo basta
Toda alegria gasta
Toda serenidade farta
Toda gentileza
Toda farsa
Toda beleza sem forma
Toda luz que entorna do céu esparso
De nuvens negras que ao sol encobre...
E que ao meu olhar dilata
E só raios severos me ferem os olhos
E à alma traspassa.
E nenhum frescor nesse vão sem caminho
Eu tão só, comigo, sozinho...
Árvore, sol, e caminho.
Brincadeira!
Pego sobras,
Fios soltos,
De frases emaranhadas pelo poeta,
E as emaranho ainda mais
Tal qual uma tábua de pelos
Que apanha pássaros de apelos
Que revoam os céus pensar,
Tal canto vão de profeta;
Aí então me enlaço
E me enforco de pés e mãos
E cabeça
Pelo prazer de castigar meus pensamentos,
Que insistem em ser livres,
E eu os obedeça
Pássaros e céus
Antes que eu os esqueça.
Eu os detenho livres
Pois liberdade não existe
A céu aberto todo sol é triste
E toda nuvem esperança e consolo
Por isso os castigo
Judio-os para mantê-los ocupados e sadios
Sem manchas e dolos.
Quanto ao poeta...
É um vento vadio.
No meio do caminho havia uma árvore e um caminho.
No meio da árvore havia um caminho...
No meio do caminho, um abrigo.
A árvore continua lá
O que não existe mais é o caminho.
A folhagem pela manhã é bela
E fica perfumada
E perfuma o caminho que já não é mais caminho.
E fica perfumada pela imaculada fotossíntese.
O ar em tese, e a forma em síntese,
“Clorofila” esfera e esfinge.
E pássaros migratórios que nela pousam fartam-se
Da metamorfose de sua seiva
Embriagam-se do perfume que perfuma o caminho.
Há árvore ainda lá,
Porque não existe caminho,
Fechou-se com o tempo;
Fechou-se para o tempo
Já não vive nenhuma estação
Fechou-se solidão.
E até os pássaros procuram caminho.
Vale-nos o conselho:
O sol se nos nomeia guia
Caminho e protetor
E árvore;
Árvore do meio do caminho.
E o dia, de manhã, é presença de espírito
E árvore, e caminho do caminho.
A árvore copada
Às vezes florida
Às vezes escapelada;
Às vezes umbrosa e fresca
_ pura clorofila _
Outras vezes sombria.
Fria e horripilante é caminho.
A árvore continua lá
O que se se desfez é o caminho
E o sol determina o dia
E do que se perdeu do caminho...
Destino.
Ah! Essa árvore sobrevivente
Há essa árvore sobrevivente pelo caminho
De secas
De cercas
Aos cuidados de outrem,
A saber, como está e estará,
A estrada sem caminho
As curvas sem ninho
E pássaros sem pouso pelo caminho.
Como estará, ao entardecer, ilusório caminho?...
Se me recuso abraçar-me ao tronco
Acorrentar-me ao caminho
Crucificado a tal ponto
De tornar-me perfume e espinho.
E flores de primaveras perdem-se no caminho...
Expor-me sobre hastes
A sombras vazias?...
E gozar suas delícias
O fruto sem sabor
Às bordas do caminho?!...
Hoje é árvore à beira do caminho
Árvore e caminho.
Breve será tão somente toco ou espinho.
Será árvore, eterno caminho,
Se hoje sou lenhador
Foice e fogo
Vento ceifeiro
De flores e espinhos?
Estou doente;
Perdi minha auto-estima.
Estou mal-humorado com L
Já tenho, há muito, ultrapassado o mau com U
Próximo do dia D
No fim dessa opressiva distimia.
Hoje odeio risos
É-me, de mau gosto a alegria.
Não vejo sentido em nenhuma harmonia.
Nessa total desarmonia que é vida e viver
Nesse caminho sem ida
Nesse dia sem dia,
Nesse querer ser e ter sem poder...
Desprezo risos.
O meu
Alheio
Sem sol _ que amo tanto _,
Sem vida
Sem caminho.
Á mim, já esperança é, ser eu;
Sozinho.
Eu sem mim, por hoje, já basta;
Ao mundo basta
Toda alegria gasta
Toda serenidade farta
Toda gentileza
Toda farsa
Toda beleza sem forma
Toda luz que entorna do céu esparso
De nuvens negras que ao sol encobre...
E que ao meu olhar dilata
E só raios severos me ferem os olhos
E à alma traspassa.
E nenhum frescor nesse vão sem caminho
Eu tão só, comigo, sozinho...
Árvore, sol, e caminho.
Brincadeira!
Pego sobras,
Fios soltos,
De frases emaranhadas pelo poeta,
E as emaranho ainda mais
Tal qual uma tábua de pelos
Que apanha pássaros de apelos
Que revoam os céus pensar,
Tal canto vão de profeta;
Aí então me enlaço
E me enforco de pés e mãos
E cabeça
Pelo prazer de castigar meus pensamentos,
Que insistem em ser livres,
E eu os obedeça
Pássaros e céus
Antes que eu os esqueça.
Eu os detenho livres
Pois liberdade não existe
A céu aberto todo sol é triste
E toda nuvem esperança e consolo
Por isso os castigo
Judio-os para mantê-los ocupados e sadios
Sem manchas e dolos.
Quanto ao poeta...
É um vento vadio.
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