Saímos.
E chovia.
O encanto pediu trégua, esperou, mas o céu lhe negara.
Reforcei o pedido aos anjos que julguei competentes, pois sempre confiei na minha fé.
Ainda assim chovia.
O encanto pediu trégua, esperou, mas o céu lhe negara.
Reforcei o pedido aos anjos que julguei competentes, pois sempre confiei na minha fé.
Ainda assim chovia.
Nem me dei conta de que anjo com anjos se entendem.
E eu, pobre mortal, que não sei falar a língua dos anjos, desanimei.
Quanto a mim, que sonho
demais, sempre peço muito, muito além do merecimento. Pedi sol, mas já era
vinda a noite; portanto saímos enquanto ainda chovia.
Lado a lado caminhamos, a passos lentos seguíamos.
Seguimos, assim, como bons
amigos, suponho.
E eu olhando seus lindos pés
sendo beijados por pérolas celestiais invejei até a chuva que driblava a
sombrinha e tocava seu corpo bonito. Lindo, perfeito.
Observei a delicadeza dos
seus passos, seus movimentos e o ritmo do seu caminhar. Mas como sempre meus
olhos procuravam sua face, aquele sorriso e aquele olhar. Ali é onde mais gosto
de contemplar.
Aquela face, aquele olhar...
Ali contém uma mansidão de céu profundo, de infinito, de paz noturna, de agradável
melancolia, de sol e mar...
Ela, certo momento me fitou
e sorriu. Fiquei maravilhado, em êxtase.
E meu coração acelerado se
esquecia do seu dever para com o meu frágil corpo. Entorpecido e tenso, por um
instante faltara-me ar e os olhos lacrimaram.
Meu encanto...
E teve crepúsculo. E o dia se fizera lindo. Juro.
Juro que vi estrelas, e uma
estranha sinfonia dilatara-me os poros. E eu me senti extremamente feliz em
meio a tantas fusões de fenômenos incomuns.
Embora chovesse, pois ainda assim chovia fininho, o tempo era divino.
Foi então que descobri que para estar feliz independe do tempo, da hora, da estação e do lugar; basta tê-la ao meu lado.
É, mesmo que ela não esteja completamente comigo, ela dá sentido à minha vida...
(14/01/2016 _ ao sair do trabalho com L.S)
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