Ao
acordar nessa manhã pensei em você.
Então
eu disse:
Obrigado
Senhor, por mais essa benção.
O
mundo está em guerra
De
canto a canto só se vê desventura;
São
tantos lamentos, tantas dores na terra
Que
até mesmo no riso impera amargura.
E
eu, pobre e humilde, feio, já um pouco velho
A
essa altura, da vida, pesa-me mais os mistérios;
Mas
eis que bate forte o coração
E
do amor, que se houvera desiludido,
Agora
dou testemunho de fé:
O
amor é uma benção, um alento, e eu o tenho vivido.
Não
vou pedir perfume à flor
Tampouco
maldizê-la se atirar-me espinho;
Nem
mesmo vou implorar à brisa que me traga frescor
Pois
o brilho do amor já iluminou meu caminho.
Não
quero que o sol a decline e suas pétalas pereçam;
Quero
que o orvalho da noite a revigore, hoje e sempre,
Até
que o novo dia amanheça.
Quero
apenas viver para vê-la
Assim,
em silêncio, à distância, admirando
Como
sempre o fiz, antes dela, olhando estrelas, porém,
Toda
beleza de outrora se tornou vulgar depois de conhecê-la.
Longe
de mim. Não, não estou menosprezando as rosas, as musas e deusas coroadas,
Todas
são igualmente belas, sedutoras e perfumadas;
Mas
a beleza sublime está além dessa beleza estampada.
Eu
vejo a essência no contraste:
o
olhar, o sorriso, a voz, os gestos, o rubor da face...
É
uma harmonia de beleza autônoma e melancólica que compõe a linda flor Salce.
Eu
a amo por completo,
Pétala
por pétala.
E
não quero que meu amor seja para ela um incômodo, uma cruz;
Apenas
quero adorá-la e servir,
Servir
a ela e ao mundo,
Pois
o mundo anda em meio a trevas
E a vida precisa de luz.
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