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quarta-feira, maio 30, 2007

Enquanto ao sol nos aquecíamos

A flor, o riso, e o bom dia!...
E o beijo não beijado nos afligia...
O arrepio...
Frisson...

E o olhar golpeava um coração, gritava: “covarde! Não vês que eu te quero?”.
E um olhar golpeando o outro olhar... “Insensato! Não percebes que te amo?
Desprezas o amor por conta de conceitos.”

Falso moralismo! Desprezamos a vida.

Talvez em acordes, melhor expressaria os sentimentos;
Se meus olhos emudecem tácitos
Ao proferir palavras mudas,
E abraça em si, egoisticamente, o tudo de nós...
E cegam-se,
Ao ver explícito a imagem que se forma
Num tempo inexistente
Do amor nascido morto
Do perene corpo ressuscitado em vida
No universo que se forma dentro da gente.

Nossos olhos, se nos devoram-nos...
Bem sabemos o que somos:
_ Feras famintas _
Sentindo o gozo de sermos o que somos
No instante, devorados,
No silêncio escuro do receio ou ignorância...

Nos entregamos ao pensamento
Nessa estranha congruência
Do real e irreal da alma
Aflitos e constrangidos como velhas crianças.

Reféns aprisionados nas grades dessa fantasia
Formando para um espaço sem tempo
Conteúdo impalpável a perderem-se na lembrança
Como folhas soltas ao vento
Que se desfazem errantes
Porém,
No nada torturante da memória
Na ânsia de tornarem-se protagonistas de uma história,
Tornarem-se alusões ou sementes,
Para gerar sentido ou razão de ser vida
De ser algo em sentimento
E sermos verdadeiramente gente, pousamos...
Pousamos refutados

Pousamos sempre em lugar nenhum
Pousamos no espaço infértil
Pousamos em espaço aberto
Pousamos na liberdade de não ser
De não existir
E ser eterno por não pecar o pecado de viver.
Nossos olhos, se nos devoram-nos, bem sabemos o que somos:
Barulho e silêncio.

Talvez em acordes...
Talvez.

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