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domingo, dezembro 31, 2006

Manhãs de sol

Manhãs de sol

Tenho gravado na memória as cores e as formas das manhãs...
Aquele riso luminoso despertando-me sentidos
O inebriante aroma dos lírios
E nosso reverenciar de girassol!...

Meu pressentimento à primeira vista
O sentimento ao primeiro olhar
O primeiro verso,_ a primeira pista _,
A submissão à ordem de amar.

Sempre ao romper d’aurora
O jardim me convidava a entrar
Pra me deitar na grama
Ou passear pelas veredas.
Às vezes eu só queria pensar
Enquanto olhava no céu as últimas estrelas.


E as ramas gestantes me pediam
Para acalmar os brotos que nasciam.
Eles temiam, respeitosos, ao deus sol
Com seus raios agudos, longos, que os cria e degenera;
E já sabiam-no a profunda imersão
De tua luz de calor imergente
Indispensável para a vida
E a germinação da semente.

Também já sabiam do meu amor,
E eram fieis às minhas confidências.

Sabiam há muito do meu amor!... do riso, da meiguice...
Aquele olhar...a meninice... minha solidão, e minha tolice.

Com a magnitude do meu amor...

Comparavam com afago e o riso tão singelo
Do astro, que por antecedência, ilumina o caminho, o dia
E a sublimidade da deusa das flores
Que vela a florescência das ramarias.

E após clarear o dia e o sol beijar-nos a face radiosa
Uma hastilha sempre me oferecia,
Dentre seus brotos,
A flor mais vaidosa.

E íamos confidentes, íntimos, pelo caminho.
Ela compreendia minha ansiedade
Tínhamos a mesma cumplicidade_ medo dos espinhos._ Ao almejar felicidade.

Então, humilde e inocente a flor vaidosa
Distante da bela haste que a viceja
Diante o olhar da minha estrela
Sentia-se sem graça, sem cor, sem beleza.

Assim também meu húmile coração por vezes murchara
Ao ver que o sol, apesar da profundidade que nos atinge teus longos raios,
Nada extrai das profundezas d’alma,
Apenas nos infiltra tuas chamas ardentes
Que nos dá vida, nos devora, e por fim, definitivamente nos acalma.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Manhãs de sol

Manhas de sol

Na transcendência das luzes pela manhã
Ainda na sonolência dos escuros ramos
Eu, todo dia, colhia flores, fazia versos,
E suspirava falando de amor.
Mas um dia...
_ cri-cri! Falta estilo. Cri-cri! _ Canta o grilo.
E silencia.
Eu segredava às flores a graça do meu sentimento _ minha flor.
E deveras cofiei-las meus inócuos planos
Falei de solidão, de contratempo e desenganos, desamor _ minha dor.
Nota dolente: Tique-taque de tempos e tempos... anos.
Mas um dia...
_ por favor, sem estrilo! Cri-cri. _ canta o grilo.
E silencia.
Quisera gritar ao mundo este amor tão eloqüente
E deixar voar na brisa seu aroma torpente
Para polinizar as almas com sua alegria sã
E com todo afã fazer a florescência deste mundo carente
Com o pólen mágico desta flor anã,
Que eclodira húmile na lucescente manhã.
Mas um dia...
_ belo estribilho! “Cri-cri”. Canta o grilo.
E silencia.
Na divina luminosidade das manhãs de maio,
Tendo as sombras d’aurora para minhas confidências
Eu via, no céu, fulgência de estrelas em desmaio;
E na terra, resplandecência na s pétalas e nos verdes ramos.
E então, em mim, o fervor da vida com tal veemência
Revelava donde viemos, a que viemos e o que somos.
Mas um dia...
“ acorda! “ Canta o grilo, “cri-cri.” e silencia.
Sol _ taça de vida luminosa e inebriante
Que o espírito sorve com imensa sofreguidão
E passeia, esta luz, pelas vias do corpo dolente, já quase morto,
E torna-o convalescente o coração.
Mas um dia...
_Aí tem brilho _canta o grilo _ “cri-cri” _ e silencia.
A natureza artista matiza sua tela divina
Personaliza-se; otimiza a aquarela a cores vivas _ O tempo é de mansidão: equinócio, arranjo de passivas.
Se;
A lua está fresca, o vento cala.
Se estrelas jazem, fica o brilho;
Suave é a noite, a qualquer hora é hora ao nobre andarilho... No homem, o cão, o lobo, o poeta, o grilo, cri-cri, cri-cri; cricrila, cricrila.
Mas um dia...
“Cri-cri!” Canta o grilo. “Cri-cri”.
E silencia.
Uma luz se acendeu para mim
Minh’alma deleita-se num abandono festivo
Uma lucipotência fulgorosa mantem –me vivo
Apesar do agouro silencia o jardim.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Simples assim

Simples assim.


Se tu és feliz ou não , não sei!
Que és amada, sim!
Só posso falar por mim,
- Desde o primeiro olhar te amei!

Tão simples! Mineiro diante do mar
Contemplando o sol,
Boquiaberto, pasmo.
Pasmo pelo esplendor do nascer ou do ocaso
Tendo a alma extasiada
Pelo encanto deste primeiro orgasmo.

Pasmo. Pasmo por perceber que a vida vai além,
E logo ali, detrás da serra,
Além do além,
Onde o olhar no azul encerra
O início d’outro além,
há esplendores e esplendores,
de sóis-nascentes e sol-pores,
há mares, há luzes, livres,
a gozo de infinitos amores.

Simples assim:
Do nascente ao pôr-do-sol!
Sem falar da noite,
Do silêncio, da paz, da lua e das estrelas,
Sem falar dos sonhos,
E outras formas de vê-la.
Sem falar do mar... dos horizontes... do teu olhar...
Simples assim!
Sem falar de ti,
Sem falar de mim,
E sem se quer agente...


Ray
24/10/2006
21:50

Causa e efeito

Causa e efeito


A porta aberta. Entrei, tímido e pasmo.
Qual era a matéria?... Química, física?... Geografia!
Facho de luz,bálsamo espasmódico do fim do orgasmo,
Que a noite dera ao dia.
Entrei. Mas antes, houve toda aquela história: o transe diante da porta,
_que pressentimento! _ sensação de vida, de morte...de sorte...
e a nítida impressão de já tê-la visto; de onde?... Não importa.
Talvez do meu próprio pensamento.
Ainda antes, lá fora? Ah!_ a outra história?_ É pré-história, é passado.
Quero tirar da memória, deixar de lado.
Só sei que atravessei a rua, nas mãos abertas um livro, também aberto _ Lendas e poesia _ qual a página da vida do mundo em que vivo.
Nunca atravessei no farol vermelho,
Sempre respeitei os sinais de alerta
Mas sempre me detive ás portas
Por esperá-las, sempre, totalmente abertas.
E onde se pode chegar assim?
A vida passa
Lenta, lenta...
Monótona doente e sem graça,
E quando se percebe
Não tem jeito


Não há remédio

Só tédio
Nada dá jeito,
Nem droga nem cachaça
_ Se no calabouço do leito
Só há fantasmas algozes que nos tortura
Nada consegue arrancar do peito
As algemas negras da amargura.
Ainda antes? Não; já Basta.
Enquanto lembro o tempo passa
E logo chegará dezembro.
Sabe , o que mais me angustia? É saber que em breve, logo após a formatura e toda euforia,
Nos apartaremos
Quem sabe até quando
E se um dia novamente nos veremos?
Então, eu subi as escadas
Lendo, lento, indiferente,
Indiferente à matéria,
A lendas ou poesia;
Nem aí, mesmo para comigo
Ou a luz do dia
Mas ao vê-la..
Ah!.. _o sol lambia-lhe o rosto. Vi que o sol a outro sol se unia
E a auréola que a envolve o corpo
Cedendo-se ia à aura do dia
Combinavam bilhões de cores
Na mais fantástica orgia.
Foi assim, o primeiro instante em que a vi.


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Simples assim

Simples assim