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domingo, junho 14, 2009

Nem sombra nem escuridão

Jamais aprecemos as coisas...
O natural movimento basta.
Página pós página se dobra, se vira à brisa da vida, no devido tempo, enquanto escorre célere a areia da ampulheta. Quando muito uma vírgula para que respirar possamos, ponto.
Ponto final é incógnita, no fim do pensamento descansa-se.
Nem sombra amena nem escuridão plena. Luz.
Luz sobre a terra, é isso que queremos.
Miremos o amanhecer, o crepúsculo, fitemos sempre
toda a luz na sua essência
sem indício de fim sugestivo.

Silenciamo-nos.
Do nada que diziamos silenciamo-nos.
E nos entreolhamos sorridentes e mudos.
a borboleta espiã... a serviço da psiquiatria, quem sabe!
Talvés.
Não sei se me orgulho ou me envergonho das loucuras que não cometi...
Sempre por falta de coragem ou pirraça.
Sempre fui omisso quando não submisso...
Mas vou vivendo nem alegre nem triste, às vezes, infitamente alegre por estar triste, por que mais forte que a tristeza é uma alegria oculta que em mim existe. Se do contrário fosse nem mesmo a tristeza deixar-me-ia triste. E a alegria, por mais alegre fosse não seria mais que uma alegria triste.


A loucura é doce porque temos domínio sobre seu paladar. Podemos dosar o amargo a tal ponto torná-lo mais doce que o doce amargo da doçura. Doçura que só se encontra na essência do amargor da ternura, no misto doce que compõe o sabor da amargura. O que é a vida senão uma misttura de sabores que nos engorda e faz crescer, nos fortalece para morrer? Enquanto vida temos, pois, depois da vida só a morte. E a morte é nada. Do contrário morte seria vida, ascensão. E toda filosoifia de ascensão que conhecemos é luz,, promessa, futuro, amanhã. Escuro por escuro, vazio por vazio, basta a negritude em si: o negativismo, o preconceito, o racismo, a soberba, o monstro megro que devora a consciência.

Silenciamo-nos para que do silêncio nos absorvéssemos.
A borboleta espiã a serviço da psiquiatria, talvés. Pairando como as pipas sob o céu mineiro no fim da tarde. Ou como nuvens que se projetavam para divertir nossos olhos. Talvés, essas borboletas, nuvens de inoscência, íntima, absorva nossos pensamentos tal qual crianças nos deixamos absorver e ser absorvidos pelas nuvens migrantes. E talvés a psiquiatria nos entenda sem nos absorver quando não possível nos é nos absorvermos sob núvens turbulentas.

A incerteza é um desafio para o homem, é um incógnita para o futuro a projetar-se na sua metamorfose incessante.
A borboleta lembrou-me minha pipa e o campo, e o campo o campo; a amplitude, o horizonte: o horizonte sensível, o visual, o racional; o alto, a brisa... estações.
O que vem após o segundo pensamento é filho com toda essência e superioridade do mesmo. Soberania plena de decisão.

O inseto fora ineficiente, nada dissemos; a psiquitra sim, sem camuflagem na consulta, direta.
O paciente vive, pensamos. Seu estado, louco, é a minha lucidez nítida, pensei, coitado.
Espiamono-nos espiões.
O paciente mais paciente; a própria paciência se deslumbraria horrorizada.
A traquéia firme, as sondas presas, o oxigênio circula e a alma aspira.
Quanto vale uma porção de ar? Quanto nos vale aspirar?

Sobre o fio da navalha quedamo-nos. São duas horas. Quedamo-nos almas, homens, insetos, incertos. Tanta certeza deixa o homem inseguro.
Se a luz se apaga...

Antes quero ver flores na laranjeira, aquelas.
O fio da navalha sobre o qual nos equilibramos é mais fino que a espada que degolamos o próprio pescoço. Por isso doi tanto viver; por isso vivemos.

Nem sombra nem escuridão; luz sobre a terra,
é isso o que queremos.
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