Observe.
Sinta a atmosfera. Existe algo a mais do que lantejoulas e raios do sol de verão, algo mágico e generoso, que esparge brilho nessa época festiva.
É inegável que a festa natalina ilumina desde a inocência infantil até as faces mais carrancudas dos desiludidos. Tudo se torna mais leve, sob um certo peso de expectativas, claro. Uma apreensão, ansiedade, apelo balsâmeo que, gradativamente elimina os incômodos estressantes. A vida se torna mais suave. A carranca mais tênue. O espírito casmurro aos poucos se rende à contagiante alegria e, por fim, ao otimismo.
É inegável que a festa natalina ilumina desde a inocência infantil até as faces mais carrancudas dos desiludidos. Tudo se torna mais leve, sob um certo peso de expectativas, claro. Uma apreensão, ansiedade, apelo balsâmeo que, gradativamente elimina os incômodos estressantes. A vida se torna mais suave. A carranca mais tênue. O espírito casmurro aos poucos se rende à contagiante alegria e, por fim, ao otimismo.
A
angústia; ah, a angústia! Se restar um pouco de tristeza, essa se oculta,
porque a mágoa se envergonha de si mesma. Ela é uma sombra que não suporta seu
próprio reflexo. Toda angústia se retrai ofuscada pelo brilho de um raio
de alegria.
Às
vezes reagimos como medíocres e somos mesquinhos, mas perdoai-nos; perdoe-se, é
força do hábito. A solidariedade e a compaixão são virtudes a serem
trabalhadas. As sensibilidades afloram-se com certas práticas. O natal é
propício para tais exercícios. Principalmente o do autoconhecimento.
A
celebração é de uma gestação completa, dizia mamãe, D. Deca,
"sintomas de esperança em cada olhar". Todas as faces revelam uma
gravidez enigmática. Todo o período da vida pode ser sentido, da fecundação
natalina ao tinir das taças no tintim do começo do novo ano. É tempo de
renascer. O ápice, contudo, se dá num largo pico: do natal ao réveillon,
batismo e consagração da vida.
Mas há aqueles que são lentos,
sem pressa. Outros apressados, prematuros. O espírito do natal depende do
estado de espírito do homem.
O
que envolve a alma com tal energia? É o espírito do natal? Seria um hálito
Divino? Um suspiro de Deus impregnado de essência humana
que, como um manto, ascende as nossas sensibilidades e apura todos os sentidos
para a representação digna da imagem e semelhança de Si? Seria alívio
pelo fim de um ciclo? Ou seria o fato, quem sabe, o brilho atraente da luz do
esquecimento? O entusiasmo de se saber que nada somos e, por isso, somos tudo
por sermos apenas humanos? É
frustrante a incerteza. De onde viemos; pra onde vamos...
O
espírito de natal é um mito que opera milagres por fazer com que o homem se sinta criança, pequeno e inocente, na sua grandeza de nada ser além
do que é: apenas espírito. E espírito, o que somos, ou o que se é, ainda nos é
mistério.
Sejamos,
então, humildes e compreensivos com o próximo. Ele é semelhante. Talvez seja
ele prematuro ou talvez lento. Mas não há nenhuma incompatibilidade humana ou
Divina. Dê perdão. Seja solidário e agradecido, pois, esse algo a mais, mágico
e generoso, que esparge misteriosa luz, é você.
Ho-ho-ho,
Feliz Natal!
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