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domingo, agosto 12, 2007

Alento ao desalento

_ Um riso para o meu pranto!

Tenho os passos firmes
Agora que estou agarrado a tuas mãos invisíveis.
Confio nos teus atos seguros
Confio na tua atenção para comigo
No teu cuidado de Pai
No teu capricho de mãe
No teu zelo de amigo.

Hoje tenho os s passos firmes
Porque sei que não estou só
E que jamais estarei;
Pois sei que até o próprio chão
Criaste para amparar-me
E as pedras dão sentido ao meu caminho.

E por todo universo existem estrelas.

Mãos que outrora me acariciavam
Hoje, aplaudem meu descontrole e meu vacilo.
A voz que dizia prelúdios de amor
Hoje, resmunga augúrios a minha desilusão.

Mas sou forte.
Tenho os passos firmes.
Ao chão decairei somente após a morte.
Mas meu espírito, bem sei, até em tal circunstância, ascenderei glorioso
Levado pela brisa de tua misericórdia protetora.

Não decairei jamais
Nas profundezas do abismo,
Como antes andei, abatido e desprezível,
Sob o domínio da turbulência dos insensíveis.

Liberto, agora, está minh’alma das presas do vício,
Das armadilhas do sexo,
Das façanhas dos desejos complexos,
Sem precedentes fixos num sentimento completo
Que seja de benção divina e que abençoa,
Que seja amor verdadeiro, humano,
Próprio de quem ama, compartilha, e perdoa.

Sinto frio.
Meu corpo arde de carência e desejo.
Tudo em meu pensar me leva a promíscuos anseios
De viver uma emoção de prazer e satisfação;
Contudo, o que me vem de bom grado é pecado
E o que me vem da benção de matrimônio
Vem-me como por obrigação ou engano.

Muito já lamentei meu destino,
O presente de um futuro em projeção

Na minha velha face de menino;
Não obstante, hoje, não rio,
Também não choro,
Sou indiferente à carne,
Sou mais teu espírito consolador,
_ Barco, âncora, vela, e o leme em vossa mão.
Sou o barco à deriva navegando
Sobre s ondas turbulentas
E mesmo quando no vácuo horripilante da maré
Ceio, em paz, da fartura do teu alento.

E vendo o reluzir do céu fulgente em pranto
Doando ao mar sereno e vento
Durmo na paz do teu acalanto.

É; São assim meus dias nos últimos tempos...
Não falo de mim
Não murmuro aos ventos
Não quero dividir dor;
Não darei a outro o sabor do meu sofrimento.


Não falo de mim
Porque a outro pareceria tormento
Ninguém entenderia que minha dor não é simplesmente dor,
E sim, riqueza que faz crescer um espírito em desenvolvimento.

Vou assumir os pecados perante o mundo
Os meus
Os dela
Os deles...
E de quem mais quiser que eu assuma.
Assumirei pecados e penitências,
E ainda porei meus arrependimentos em suma.


Hoje; logo hoje!
Dia em que a data pesa mais que a cruz
E o domingo é mais sangrento que o dia da paixão;
Não que eu queira me comparar a Cristo
Mas meus dias são antevésperas e vésperas
E nunca manhãs de ressurreição...

Minha cruz não pesa mais que pétala ao vento
Ou o madeiro sobre o cérebro das formigas
Porém, para um homem nada mais é tortura
Que a tortura de noites e noites mal dormidas.

Novamente estou casto
Como jovem sacristão
Que abre mão da namorada
Para glória da devoção.

Ingenuidade de criança
Que não sabe o maior mandamento:
Amar a Deus sobre todas as coisas,
E de toda tua alma,
E a ti mesmo que é o próximo mais próximo
E de Deus Divino templo.

Mas a Deus pertence o tempo
Como o homem pertence aos ventos da emoção.
Vou de barco, vou de pé, vou de vento, de sonhos
De poeira de constelações
Vou de cruz aos ombros e cravos
Ditando meu pergaminho,
Mas vou, quedando-me e caindo,
Mas de pés firmes no caminho
Porque tenho o afago Divino
E uma mão na minha mão.

Um comentário:

dajofe disse...

este poema foi um santo remédio para as angustia de uma grande amiga.

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