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quarta-feira, agosto 01, 2007

Flor menina

Coroai-me,
Flor menina,
Coroai-me;
Nesta noite coroai-me.

Coroai-me com teu olhar
Mesmo que seja um olhar furtivo;
Mesmo que seja apenas um flerte
Desses que nos deixa inibidos e cheio de dúvidas;
Desses, que nos faz suspirar sem razão;
Simplesmente por ser esta razão superior e mais pura, inalcançável ao nosso entendimento.
Um flerte!... Desses que por si sacodem o silêncio com voz de trovão
E somente a alma o ouve como fosse melodia.

Coroai-me, flor menina, nessa noite,
Coroai-me com teu sorriso
Com esse sorriso que só teu olhar possui.
Corroai-me de pétalas
Essas pétalas que como raio escapam dos seus olhos e clareia minha existência.

Ah! Essa esperança...
Essa esperança oblíqua
Nessa espera iníqua
Nesse desejo profundo,
Sobrevivente das malícias do mundo,
De sentimentos profanos e imundos, que condenam a beleza da inocência de um sentimento tão puro.

Coroai-me, nessa noite, flor menina,
Com tua presença e teu riso discreto e tímido...
Não se perturbe por mim, não por mim,
Apenas fique, aqui, quieta como sempre
Mas com certeza a minha noite se iluminará.
E deixe que meus olhos guardem n’alma toda tua sublime essência
Como lembranças e espanto de um eclipse.

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