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sexta-feira, agosto 31, 2007

Chove

Desde ontem chove.
Ininterruptamente chove.
Meu Deus, como chove!

Uma enxurrada devastadora desce,
Levando sonhos...
Arrasta grinaldas e trepadeiras
Leva tudo: marias e margaridas;
Nuvens hospedeiras...
Revolve o obscuro
Extrai a seiva às entranhas
E deixa expostas raízes.
E chove.
Torrencialmente chove.
Desde ontem chove!
Ontem, não sei quando...

Águas imundas inundam planícies;
Do alto se vê lama,
Como manto sujo estendido,
Uma mancha de dor e saudade, no gosto,
Meio que doce, no nada vivido.
E chove!
Chove múica.
A música que chove, chove num grito,
Um gemido.
Chove como nunca!

Mal posso ver os meus pés!...

Chove às enxurradas!
Tudo pára nas encostas,
Se espalha pela margem...
Depois de tudo, acaba.
Acaba; tudo acaba.
Bem ou mal, tudo finda, tudo termina;
Acaba!...
E torna-se fértil a várzea.

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